quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Será uma questão de sobrevivência?


Estava eu numas férias em Espanha durante uma semana, em que reparei que as noticias de abertura durante essa semana, era a emigração em massa subsaariana.
Vi imagens que me deixaram estupefacto com a determinação deste emigrantes clandestinos para chegarem à Europa.
Porque que digo determinação? Ora vejamos:
- Sair do seu pais natal
- Deixar toda a sua família para trás sem saber se algum dia vai voltar a vê-la
- Atravessar quase meia África, passando pelo maior deserto do mundo
- Atravessar fronteiras clandestinamente. Até chegar a Melilla ou Ceuta é relativamente fácil.
- Chegar a Melilla ou Ceuta e saltar duas vedações com 6 metros de altura e cobertas de arame farpado.
- Depois de chegar ao lado espanhol levar no couro dos serviços de fronteiras espanhóis.
- Andar fugido das autoridades pelas ruas de Melilla, isto sem qualquer tratamento dos ferimentos feitos na altura do salto
- Entrar clandestinamente no Ferry que leva até Málaga.
- Arranjar sitio para trabalhar e pernoitar em Espanha.
- Trabalhar clandestinamente.
- Na maior parte dos casos nenhum emigrante subsaariano fala espanhol.

Isto é o que um Emigrante subsaariano clandestino terá que passar para chegar à Europa. E este é o cenário optimista. Em alguns casos conseguem atravessar mas morrem dos ferimentos do salto, noutros casos morrem pelo caminho e na maioria dos casos são apanhados pelas autoridades espanholas ou marroquinas e são deixados no meio do deserto sem agua nem comida. Ou seja, eles morrem a tentar chegar à Europa.
Muitos de nós não aguentaríamos atravessar o Alentejo a pé, e estes emigrantes viajam entre 3000 km a 4000 km durante dois anos. Dois anos a caminhar. Estamos a falar de passar dois Natais sós, dois aniversários sós(seus e dos seus familiares), dois anos a respirar a poeira da estrada, dois anos a dormir na estrada.
Depois, mesmo que consigam entrar na Europa... Uma vez cá tudo o resto vai parecer uma brincadeira de recreio. Num continente com um clima radicalmente diferente ao que estão habituados, trabalhadores clandestinos (só recebem quando o patrão estiver de bom humor), condições de habitação precárias (eu não deixa um cão viver nas condições que alguns vivem), etc..

O que leva a estes seres humanos a sujeitarem-se a tamanho desafio? Será que nos seus países de origem as vidas estejam tão insuportáveis que faz com se decidam a passar este desfio supra humano? Porque será?

Será uma questão de Sobrevivência?

PS: vejam o link http://tsf.sapo.pt/online/internacional/interior.asp?id_artigo=TSF164620

6 comentários:

  1. "Somos" CULPADOS pq "invadimos" os paises (africanos) deles, exploramo los até ao tutano e em troca pagamos em armas para alimentar a guerra, o caos, a fome e a morte... taõ convenientes as economias europeias. os nossos lideres não são muito melhores que os deles, só usam de "ARMAS" diferentes Sr Pita.

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  2. Não sei o que os leva passar por isto...mas sei que não gostava de estar no lugar deles.

    Relativamente á culpa dos europeus ou não, só tenho a dizer o seguinte: Os alemães vão ser sempre culpados de tudo o que se passar com os judeus? Não quero com isto minimizar a dor ainda presente pelas memórias do Holocausto, mas sim afirmar que um país que fica a chorar pelo passado não evolui.
    Olhem para Israel e para os países vizinhos e vejam a diferença de qualidade de vida (sem contar com os constantes atentados). Israel é um país muito mais evoluido que o nosso por exemplo. Estão na vanguarda das técnicas agriculas e têm tudo o que nós temos aqui na europa. Só lhes falta a tranquilidadel.

    Os países europeus já sairam de África á mais de 30 anos...não chega para mudar o rumo das coisas?

    Os europeus vendem armas? Certo!
    Alguém lhes aponta uma arma á cabeça para as comprarem? Não!

    Tenho (muita) pena das pessoas que são apanhadas no meio destas polítiquices. Normalmente quem se lixa é o mexilhão...

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  3. É certo que os europeus nao apontam nenhuma arma à cabeça dos africanos para comprarem armas. Mas eu não vejo diferença nenhuma entre isso e chantagens políticas, sociais e economicas que os europeus tantas vezes fazem a muitos paises africanos, caso não adquirem armamento a determinados países da Europa. Vai dar, portanto, ao mesmo.

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  4. Pita!! qual Pita? eu falei em Pita? :P....axo q chupei bateria a mais!!!!!! Queria dizer, Sr Nothing Man (estes jovens inventam cada nome, deve ser das largas quantidades de cerelac que comeram quando eram miudos! ihihihihihih)

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  5. Amiga não duvides,o giraço era menino para comer umas colheradas de cerelac!! nota se que ele foi bem tratadinho pela sua rica maezinha...
    um apelo faço, a todos os jovens deste nosso Portugalii, para que sigam os exemplos do giraço e que como ele comam umas colheradas de cerelac.
    rica maezinha esta
    lolada :p

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